A proposta da exposição foi comemorar os 65 anos da Escola de Ciência da Informação, observando o cotidiano dos alunos, servidores e docentes. pensando na constituição dos três cursos que hoje ela oferece: Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia.  

A mostra buscou resgatar a memória da ECI, através de documentos, fotografias e depoimentos pesquisados em publicações institucionais da UFMG. Com isso, foi possível também explorar o conceito de transitoriedade, tanto pela localização físico-geográfica da Escola, que se encontra entre as Faculdades de Letras e de Ciências Humanas,  quanto pela “passagem” de toda a comunidade acadêmica e funcionários ao longo dos 65 anos de existência da ECI.

A exposição traz fotografias, video e instalações montadas nos dois primeiros andares da Escola de Ciência da Informação. 

A exposição explora relações entre a Universidade Federal de Minas Gerais e Belo Horizonte tomando como mote as ideias de cidade e do colecionar. A cidade como um artefato, coisa constantemente feita, desfeita e refeita, carrega no concreto aquilo que é intangível: sonhos, desejos, afetos, interesses, memórias, histórias, disputas. Essas dimensões se espelham no próprio campus, enquanto “cidade universitária”. O colecionar aparece como uma perspectiva para organizar as complexidade do real, delineando-se conjuntos de objetos que ganham sentido especial ao serem agrupados.

O acervo exposto é oriundo de diversas instituições de salvaguarda, dentre elas, Acervo Artístico da UFMG, bibliotecas – Central, EBA, FAFICH, FACE e FALE -, Centro de Memória da Engenharia, Departamento de Projetos/PRA, Herbário do ICB e Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.

Follia, em 2017, foi um olhar sobre o movimento político organizado em torno da causa Antimanicomial. A exposição teve como principal narrativa os loucos retratados pela literatura, o isolamento compulsório do manicômio, o trabalho jornalístico de denúncia da situação nesses locais e a grande mobilização em defesa ao tratamento substitutivo para os portadores de sofrimento mental. Ao longo dos embates surgiram novas políticas públicas, sob a perspectiva de um atendimento humanizado. A capacidade criativa levada em conta, potencializa as práticas terapêuticas e desperta o sujeito para o direito à cidadania.

Em concomitância com o momento em que essa exposição seria aberta, que daria em maio de 2017, era comemorado os 30 anos da luta antimanicomial e por isso, por esses dois motivos, tanto a relevância do tema, a importância do tema para cada um, para a universidade, para a cidade, para todos. As exposições têm um papel fundamental de trazer para reflexão, temas e acontecimentos que muitas das vezes são esquecidos e dissolvidos no dia a dia. A Follia foi uma oportunidade de mostrar como a luta antimanicomial é algo tão recente na história do país, como existem parcelas da população que são simplesmente deixadas de lado, até que alguém resolva lutar por dignidade e direitos básicos.

Em 2018, a proposta foi tratar da temática do cinema em Minas Gerais. A exposição Minas Entre Cenas, convida a experimentar a perspectiva de diferentes personagens envolvidos com o Ofício Cinema:  roteirista, diretor, ator, sonoplasta, projecionista, espectador, cinema de rua e público de cinema. Essas foram as inspirações para compreender como Minas foi registrada pelas lentes de nossos cineastas e como o cinema se constituiu como um importante local de lazer e socialização. Um lugar para ver e ser visto. 

A ideia inicial da exposição partiu do desejo de explorar e dar visibilidade ao acervo do cineasta mineiro Igino Bonfioli, atualmente sob a salvaguarda da Escola de Belas Artes da UFMG. Além disso, gostaríamos de fortalecer parcerias entre o Curso de Museologia e instituições museais, como o Museu da Imagem e do Som, equipamento cultural ligado à Fundação Municipal de Cultura. 

A expografia foi inspirada na produção cinematográfica, com ambiência que remeterá a um set de filmagem e convidou o visitante a experimentar perspectivas de diferentes personagens envolvidos com o ofício do cinema:  roteirista, diretor, ator, sonoplasta, projecionista, espectador.

A exposição “Cidade Palimpséstica” foi inaugurada em 2019, no Espaço Cultural da CBTU, localizado no interior da Estação Central do Metrô de Belo Horizonte. A mostra também aconteceu no corredor Aarão Reis da Estação Central, e nas estações Eldorado, Gameleira, Lagoinha, São Gabriel, Minas Shopping e Vilarinho. A exposição apresentou uma seleção de fotografias de Belo Horizonte, realizadas entre as décadas de 1960 e 1970, que compõem o acervo do Laboratório de Fotodocumentação Sylvio de Vasconcellos, da Escola de Arquitetura e Design da UFMG (LAFODOC). As imagens foram captadas pelos fotógrafos Archimedes Correia de Almeida, Gui Tarcisio Mazonni e Marcos de Carvalho Mazonni.

Palimpsesto é um papiro onde o que estava escrito é apagado e reescrito por cima e isso vai gerando camadas de escritas. Diante disto, percebemos que existia uma necessidade de interpretar e de repensar a cidade de Belo Horizonte como um exemplo de palimpsesto. Após longas discussões para entender como se deu, na prática, os conceitos de “cidade projetada” e “cidade planejada”, os alunos queriam trazer esse conceito, enxergando a cidade de Belo Horizonte, as ruas, os prédios e as pessoas. Além disso, também queríamos dar visibilidade aos próprios construtores da cidade e às moradias que estão à sua margem. Toda essa ideia ganhou forma a partir do acervo do LAFODOC.

A Exposição Curricular “CONFLUÊNCIAS: A Vida de João das Neves” se abre com a certeza da existência e da resistência da Cultura, proporcionando a experiência do sentir, do emocionar, do conhecer. Por meio de documentos que foram doados pelo próprio João à Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Central da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, é possível contar aspectos de sua rica e multifacetada trajetória. A partir deste importante arquivo pessoal e de um intenso processo de investigação e curadoria apresentamos parte deste acervo que é composto por fotos, recortes de jornais, cartazes, documentos, lembranças e registros de uma vida dedicada à arte, à cultura e ao teatro.

Com a compreensão da finitude do humano e a importância da história e da memória, João das Neves entendia que tantos registros de suas andanças e criações não poderiam se perder. Desta forma, compartilhando e trocando aprendizados e afeto, promovendo a arte do teatro, ele compreendeu a importância de levar a uma instituição pública de ensino e pesquisa este valioso acervo. Estes são registros de uma forma de criação peculiar que revela a sua capacidade de reunir pessoas e pensar a realidade a partir do teatro.

CONFLUÊNCIAS é a imagem metafórica de um rio e seus percursos, com sua nascente, cheia, seca e correnteza. Representa os caminhos percorridos por João em sua trajetória, pontuando temas que evidenciam a interseção entre seus pensamentos, sua presença e atuação política e artística. 

LOGO-EXPOSICAO-FINAL

A UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, em seus diversos Campi,  está repleta de arte. No Campus Pampulha, já foram mapeadas e identificadas dezenas de obras. Algumas dessas, que podem ser caracterizadas, principalmente, como monumentos, esculturas, painéis e murais, encontram-se em locais abertos, incorporados aos jardins, nas entradas das diferentes unidades acadêmicas.  Os artistas, a maioria professores e ex-alunos da universidade,  fazem  parte da história da produção artística no Estado e deixaram na UFMG  sua marca e seu legado.  

Integrada à paisagem encontramos dispersas 24 obras de arte instaladas nas áreas externas ou em espaços de ampla circulação, e foi a partir desse conjunto que desenvolvemos esse projeto com o objetivo de pensar estratégias de documentação, pesquisa, produção de conhecimento e comunicação desses bens. Embora estejamos distantes fisicamente do Campus Pampulha, em virtude da pandemia que nos acomete, partimos do desejo de propiciar ao visitante a sensação da ambiência, representada pelo mimetismo e interdependência  entre a paisagem natural e as obras integradas. É também um convite para a comunidade acadêmica a olhar de outras formas para esse acervo, reinterpretar e criar novos sentidos. 

Idealizada pelos alunos do curso de Museologia da UFMG, coordenados pela professora Verona Campos Segantini, a exposição “Imprensa à Cores: Bastidores da Resistência” apresenta um recorte do acervo pessoal do professor Luiz Morando,  doado ao Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH) da FAFICH UFMG, alocado na Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH/UFMG). Ao longo de sua trajetória o pesquisador reuniu um rico e diversificado acervo, sobretudo das décadas de 1980 a 2020, contendo recortes de jornais e revistas, cartazes, flyers, informativos, livros e artigos que foram guardados pelo interesse de pesquisas  diante das lacunas da memória e produção de conhecimento em torno da comunidade LGBTQIA+. 

Esta exposição busca trazer uma reflexão a partir dos temas ligados ao ativismo social e políticas públicas, a promoção da saúde e as formas de socialização e resistência da comunidade, a partir dos módulos: “Fique Ligado! – Sexo seguro: entendido?”; “Caia na Gandaia”; e “Tá ouvindo esse barulho?”. Nela, será possível observar recortes de jornais e revistas, cartazes, flyers, informativos, livros e artigos produzidos como forma de mobilização e comunicação desde a década de 80 até os dias atuais.